quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cobrador de ônibus paga prejuízo provocado por assalto em Curitiba

Do G1 Paraná

Em Curitiba, o cobrador de ônibus que for vítima de um assalto durante o expediente deve pagar à empresa de transporte parte do dinheiro levado pelos ladrões. A regra, de acordo com uma das empresas que atuam no transporte público da cidade, está prevista no acordo coletivo 2012/2013 firmado entre a Urbanização de Curitiba (Urbs) - órgão responsável pela gestão do transporte público – os funcionários e o setor patronal.

Há um ano na função de cobrador de ônibus, Sebastião da Costa foi vítima de um assalto na estação-tubo, espécie de ponto de ônibus da capital paranaense, da Rua Salgado Filho, no bairro Guabirotuba. “Um colocando a arma no meu peito e gritando comigo: passa tudo, passa tudo. E o outro catando todo o dinheiro”, contou o cobrador.

O assalto foi testemunhado por quatro passageiros, comunicado à Guarda Municipal e registrado pela Polícia Militar (PM) que foi atender a ocorrência. Mas independente disso, a empresa cobrou de Sebastião R$ 115,00 dos R$ 300 roubados. No contra cheque deste mês estava a descrição “Desconto Autorizado – Assalto”.

“A alegação deles é que a gente tem que trabalhar com o cofre fechado, 30 passagens fora. Mas o assaltante chega hoje e diz: se o cofre estiver fechado eu já te mato. Então, se você tiver com o cofre fechado, morre. Então, é melhor trabalhar com o cofre aberto, deixar que o assaltante leve o dinheiro e sua vida fica em paz”, afirmou Sebastião.

Ainda que haja uma cláusula no acordo coletivo, segundo o Ministério Público do Trabalho(MPT), a determinação abusiva. O promotor Alberto de Oliveira Neto é obrigação do empregador garantir a segurança e a integridade do funcionário. “Não é admissível que o empregado corra o risco de ser assaltado, de ser atacado com a única finalidade de proteger o patrimônio da empresa”, declarou Neto.
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Opinião
 
Não consigo entender estes acordos feitos por membros de alguns sindicatos e patrões, afinal de contas estes sindicalistas estão usando seus cargos para defender o trabalhador ou o patrão? Até onde eu sei, os dirigentes sindicais ganham bons salários para lutar e defender o direito dos sindicalizados, mas o que observamos é justamente o contrário, na maioria das vezes eles fazem “acertos” obscuros, protegendo mais o empregador do que o empregado.

Quantos cobradores do ônibus de Curitiba foram prejudicados por estes acordos, até aparecer um Sebastião de coragem para denunciar tudo isso? O promotor Alberto de Oliveira Neto deve seguir firme defendendo o trabalhador, já que quem ganha para isso não o faz.


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