segunda-feira, 26 de maio de 2014

Requião tenta ressuscitar Ferreirinha, diz Nascimento



Celso Nascimento com Ponto Crítico

Ferreirinha

Tem cheiro de “ferreirinha” o factoide plantado na mídia de que o senador Roberto Requião teria recebido proposta de R$ 30 milhões para desistir de apresentar sua candidatura na convenção estadual do PMDB. O suposto suborno serviria para consolidar a vitória da ala peemedebista que defende coligação com o PSDB e a reeleição de Beto Richa. A “denúncia” teria origem no comitê de Requião – mas é incompleta: quem teria tentado suborná-lo? Detalhe importantíssimo não revelado. Não teria sido o caso de, no mesmo momento, dar voz de prisão ao suposto corruptor?

Requião é conhecido por criar factoides e por fazer acusações a inimigos políticos. A relação do ex-governador com o PT (que é conhecido aliado do PMDB) sempre andou arranhada, mas a “gota d’água” foi à acusação feita a ex-ministro do Planejamento e atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, onde Requião acusou Bernardo de exigir propina, para liberar recursos para a Ferroeste. Entre seus aliados a quem diga: “Se o Bob faz isso com os amigos, imagina do que é capaz contra os inimigos”.

O caso Ferreirinha 

Para que os paranaenses que não votavam naquela época entendam um pouco sobre a grande mentira eleitoral de Requião. 

O episódio mais crítico da carreira política de Roberto Requião ocorreu durante o segundo turno das eleições para o governo do Paraná, em 1990. Requião disputava a eleição com José Carlos Martinez (PTB), morto num acidente de avião ocorrido 2003 e então apontado como favorito pelas pesquisas. Uma semana antes da votação, o programa eleitoral gratuito de Requião cedeu espaço para certo João Ferreira, apresentado como Ferreirinha, que por trás de óculos escuros e boné se identificou como matador de agricultores a serviço da família Martinez. Os eleitores paranaenses deram a vitória a Requião. 

A farsa foi desmascarada antes da posse, quando a Polícia Federal descobriu que Ferreirinha era, na verdade, o motorista Afrânio Luis Bandeira Costa. Com base na descoberta, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná concluiu que houve crime eleitoral e cassou o mandato de governador de Requião, que nem sequer havia tomado posse do cargo. Requião recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), obteve a anulação do julgamento e assumiu o cargo. Seis meses antes do final do mandato, em 1994, os ministros do TSE arquivaram o caso, concluindo que havia erros processuais -- o processo havia sido aberto apenas contra Requião, quando deveria ter incluído o vice, Mário Pereira. Quanto a Ferreirinha, nunca mais foi localizado.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Governo do Estado e Prefeitura garantem o Parque Ambiental de Pato Branco



Liberação de recursos para desapropriação da área e infraestrutura do Parque Vitório Piassa foram anunciadas na noite da última quinta-feira (15) 

Pato Branco vivenciou um momento histórico na noite desta quinta-feira, dia 15. O governador do Paraná, Beto Richa e o prefeito Augustinho Zucchi anunciaram a conquista definitiva do Parque Ambiental Vitório Piassa com o investimento de R$ 5,7 milhões para desapropriação da área de 107 hectares e assinatura de convênio para gestão compartilhada do local entre Prefeitura e Governo do Estado. 

O governador Beto Richa também garantiu mais R$ 7 milhões para o Programa Asfalto nos Bairros, sendo R$ 5 milhões para a etapa iniciada nesta semana, anunciou obras de saneamento no bairro São João e a construção de duas creches em Pato Branco. O investimento total é de R$ 12 milhões. Lideranças políticas do Paraná marcaram presença no evento, que reuniu cerca de 600 pessoas na Sociedade Rural.

Beto Richa destacou os investimentos realizados na região Sudoeste do Paraná e garantiu, ainda, mais R$ 5 milhões para obras de infraestrutura do Parque Ambiental Vitório Piassa.

Para o prefeito Augustinho Zucchi, o apoio do Governo do Estado está contribuindo para o desenvolvimento sustentável de Pato Branco, com planejamento e investimentos em qualidade de vida.  

“Por muitos anos a população de Pato Branco aguardava a conclusão dessa novela, para definitivamente ter uma área de lazer, atividades esportivas, confraternização e um espaço de preservação ambiental. Estamos garantindo essa conquista para Pato Branco”, ponderou o governador.

“O Parque Ambiental será uma obra histórica, que impulsionará o desenvolvimento da região Norte da cidade. Teremos uma ampla área verde, situada no perímetro urbano, para as famílias desfrutarem de um espaço público de lazer e convivência. Essa é mais uma conquista, que nos consolida como referência em qualidade de vida para o Estado e para o país”, enfatizou Zucchi.

O ex-subchefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva, destacou a união política pela concretização do Parque Ambiental de Pato Branco. “Todas as conquistas que estão sendo apresentadas aqui hoje, são conquistas do povo desta cidade. O parque ambiental Vitório Piassa, foi sonhado por todos nós, por toda a comunidade de Pato Branco. Houve grandeza política para que esse parque nascesse, com o apoio do governador Beto Richa, que alias, não tem medido esforços em liberar recursos para toda região sudoeste”, destacou Guto.

O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luiz Tarcísio Mossato Pinto, explicou que a atuação do Governo do Estado e do Município para investimentos no local só passa a ser possível com a regularização fundiária do Parque. Como o primeiro laudo de avaliação da área foi realizado em 2010, o ITCG realizou um novo laudo em 2013 que garantiu uma justa avaliação de cada lote que compõem a área.

 “A regularização fundiária é o mais importante no processo de criação de uma Unidade de Conservação, só com a posse do terreno nós podemos realizar investimentos para infraestrutura e conservação da biodiversidade local”, afirmou ele. 

O plano de manejo reúne diversos estudos realizados que avaliam a qualidade e quantidade de ecossistemas no local e tem o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável da Unidade de conservação. É ele que delimita o que pode ser feito ou não nas Unidades de Conservação. Somente com a efetiva desapropriação e indenização dos proprietários das terras, o Governo do Estado e o município podem atuar no local para construção de infraestrutura e, assim, entregar para a população mais um local para o uso público de promoção a conservação ambiental e ao lazer. 

“O local, além de toda a parte de preservação do meio ambiente,  poderá promover a realização de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, lazer e de turismo sustentável através do contato direto com a natureza”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Pato Branco, Nelson Bertani. 

Gestão compartilhada

Em agosto de 2013, o IAP e o município firmaram convênio para gestão compartilhada da Unidade de Conservação. No convênio estão previstas atribuições para ambas instituições. Dentre as competências do município estão a disponibilização de funcionários; apoio às pesquisas, conforme norma vigente e o plano de manejo do parque e apoiar o IAP nas suas ações. Ao IAP cabe dar as diretrizes para administração do parque, dar as diretrizes para o plano de manejo, implantar o conselho gestor, entre outros. Além da desapropriação e indenização pelos terrenos que compõem a Unidade de Conservação, o que está sendo anunciado.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Lava Jato dificulta o "caixa 2" em ano eleitoral?



Do Cláudio Humberto 

O nervosismo dos políticos, no Congresso, tem a ver com o temor de serem alcançados pela Polícia Federal ou pela CPI Mista da Petrobras, mas também decorre do “enxugamento” de dinheiro de “caixa 2” no mercado, em pleno ano eleitoral, após a Operação Lava Jato. A “lavanderia” de Alberto Youssef abastecia as campanhas, mas com o esquema desmantelado e o doleiro preso, as doações serão escassas, pelo menos e isso que espera a PF que investiga o caso.

Curiosidade
Investigadores da Lava Jato estão curiosos sobre como as empreiteiras vão fazer para realizar suas doações a campanhas, no “caixa 2”. Quem não se recorda das palavras de Lula assumindo que existiu  e que existia “caixa 2” nas campanhas do PT?

Sempre elas
Empreiteiras são os maiores doadores para partidos. Oficialmente doam pequenas quantias, mas, no “caixa 2”, bancam toda a campanha.

Sempre eles
Em 2013, ano em que não houve eleição, dos R$ 78,9 milhões doados ao PT, cerca de 75% (R$ 60 milhões) foram de construtoras.

BC
Alimentado por empreiteiras com negócios no governo, o esquema Youssef - Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras) seria um “banco central” da corrupção, e seria o encarregado de manter com dinheiro as ações criminosas do grupo.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Joaquim Barbosa, benfeitor do PT (mas o PT não notou)



Por Alex Antunes

Imagine que alguém percebe que está com um furúnculo. A reação normal é: a) ficar incomodado; b) pesquisar qual é o tratamento; c) acalmar-se com o ciclo da doença, tratar-se, superar o problema. Pode ficar uma pequena cicatriz. De qualquer modo, é interessante saber as causas, e evitá-las no futuro, se possível.

Agora imagine que alguém, ao manifestar um furúnculo gigantesco, alimentado pelo acúmulo de toxinas no organismo, resolva se identificar com o abscesso, e ficar bravo com quem diz que ele está doente. Que diga: “isso não é um problema. O furúnculo é minha inteligência, minha força de vontade, minha beleza. Eu me orgulho de meu furúnculo. Na verdade, pensando bem, eu SOU meu furúnculo”. Evidentemente, para quem olha de fora, a pessoa tem um problema bem maior do que um furúnculo. Quanto mais elogiar e defender a bolha de pus, mais inquietação e desconfiança com sua saúde psíquica ela causará.

Tem um filme de 1989 que brinca com essa situação, chamado Como Fazer Carreira em Publicidade. No meio (com o perdão do spoiler), o publicitário descobre que o furúnculo que tem no pescoço é uma outra cabeça surgindo, que disputará o poder com a cabeça original. Não é por acaso que o universo do filme é a publicidade – onde a doença frequentemente é vendida como cura.

Eu fico espantado com a virulência que se manifesta às vezes contra o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que foi relator do processo do mensalão. Ele é acusado de ser parcial, injusto, egóico, autocrático. De estar a serviço dos inimigos do PT. Eu não tenho motivos para duvidar que Joaquim seja inclusive um homem de esquerda, como ele se diz, eleitor (ou ex-eleitor) de Lula e do PT. Tirante o gosto meio brega por Miami e Paris, claro.

Talve ele tenha se exaltado um pouco ao tentar demonstrar que havia sim um furúnculo – mas essa era condição inicial para curar o próprio PT. Ou que tenha agido como o menino que grita que “o rei está nu”, mas um menino com um porrete na mão, para enfatizar seu ponto. Na verdade, Joaquim só usou uma força proporcional ao crescente delírio (ou engodo) petista.

Joaquim não é inimigo – Joaquim só é inimigo do furúnculo. Já o meu inimigo é o José Dirceu, que: a) corrompeu; b) corrompeu com o meu dinheiro; c) pior, corrompeu dando o meu dinheiro para aqueles que deveriam ser exterminados antes de mais nada, os tiozões acajú fisiológicos estupradores. Os políticos oportunistas dos grotões (geográficos e psíquicos) que sintetizam tudo que o país tem de mais tacanho, atrasado, medievo-patriarcal. Tudo em nome, como sempre, da “governabilidade”.

Mas parte considerável do PT parece convencida de que é, sim, o furúnculo (ou publicitariamente convencido de que é melhor não chamar a doença pelo nome, e jogar a culpa no médico). E não aproveitar a última oportunidade de “refundação forçada”. Refundação foi o termo usado em 2005 por correntes mais lúcidas do PT diante das acusações do mensalão, que achavam adequado não varrer a sujeira para debaixo do tapete (ou chamar o furúnculo de chefe).

Essa corrente foi derrotada pelo pragmatismo publicitário. Um manifesto refundador da época alertava: “Os crimes cometidos, alguns confessados à opinião pública, viraram arma da direita contra todos nós, contra nossos eleitores”. Na verdade, vemos hoje, não só viraram “arma da direita”. Mais do que isso, a teimosia rancorosa do PT inventou uma nova direita, tão alucinada quanto alucinados são os furunculistas petistas, e a alimenta continuamente. Tudo por causa da recusa em chamar furúnculo... de furúnculo.

Não há nada tão (ridiculamente) simbólico quanto a trajetória do deputado federal André Vargas, que fez, na presença de Joaquim no Congresso Nacional, o gesto do punho fechado dos petistas presos – para depois se revelar um corrupto profissa. Joaquim Barbosa, o comuna dos comunas, é o benfeitor do PT. Pena que o PT não notou.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Youssef, André Vargas e a Delta


Deputado André Vargas (PT), Fernando Cavendish (Delta) e o doleiro Alberto Youssef (Preso)

A situação que a maioria dos políticos ligados ao PT está deixando o partido é no mínimo vexatória. Já há alguns anos os noticiários diários, mostram o nome de algum político ligado ao primeiro escalão do partido, envolvido em escândalos de lavagem de dinheiro, desvios, corrupção e ligações perigosas com bandidos conhecidos no país e fora dele. Nas últimas semanas o nome em questão foi o de André Vargas, deputado federal do PT que até onde mostram as investigações da Polícia Federal, está envolvido até o pescoço com os negócios ilícitos do doleiro Alberto Youssef. Diante estas investigações, aparece agora o nome de outra empresa, a Delta Construções do também conhecido Fernando Cavendish.

A princípio o que já se sabe, é que uma empresa do esquema de lavagem de dinheiro montado pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal durante a Operação Lavo-Jato, no mês passado, manteve negócios com a Delta Construções. Esta empresa planejava fazer prospecção de petróleo na Bacia de Santos por meio de uma offshore, também pertencente a Youssef, sediada em Hong Kong.

A Malga Engenharia foi constituída em 26 de dezembro de 2012, primeiramente em Arujá, na Região Metropolitana de São Paulo, e, depois, transferida para a periferia da capital paulista. O capital inicial da empresa era de R$ 900 mil e tinha como sócios Adriano Roberto e Carla Zorron Lopes, com divisão de cotas iguais.

André Vargas já está se utilizando da estratégia de Lula, Zé Dirceu, Zé Genuino e Gleisi Hoffmann, “eu não sabia de nada, ele é meu amigo há 20 anos, eu o conheço muito bem, mas não sabia que ele era investigado, muito menos que pudesse ser bandido”. O problema maior de Vargas, é que contra ele pesam provas de investigação Federal, gravações telefônicas e mensagens de e-mails. Vargas ameaça jogar a merda toda no ventilador, caso abandonado por seus amigos de partido. Ameaças que já foram feitas por todos os Petistas envolvidos em escândalos até hoje, e, diga-se de passagem, nenhum deles foi abandonado pelo PT até o presente momento.

Ou a direção nacional do PT ama de corpo, alma e coração seus representantes envolvidos em escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, ou tem mesmo medo do que possa sair da boca de muitos deles.