quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ex-delegado do Dops dá nome aos bois


Livraria da Folha com Ponto Crítico

"Memórias de uma Guerra Suja" revela os bastidores de uma parte do trabalho de destruição da esquerda brasileira durante os anos 1970 e início dos 1980. É o depoimento, em primeira pessoa, de um ex-delegado do Dops que foi o principal agente de um grupo de militares fora da cadeia de comando oficial das Forças Armadas.

Cláudio Guerra, ex-delegado do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social), confessa em "Memórias de uma Guerra Suja" o envolvimento com uma série de ações promovidas durante a ditadura militar (1964-85) com autorização do governo federal, incluindo a morte de ao menos 12 guerrilheiros.

Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo na quinta-feira (3), Guerra também afirma ter incinerado os corpos de dez desaparecidos políticos no forno de uma usina de açúcar pertencente à família de um ex-governador do Rio. 

Entre as vítimas, ele cita David Capistrano, João Batista Rita, Joaquim Pires Cerveira, João Massena Mello, José Roman, Luiz Ignácio Maranhão Filho, Ana Rosa Kucinski e Wilson Silva, Joaquim Pires Cerveira, Eduardo Collier Filho e Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira. 

Baseado em depoimento a Marcelo Netto e Rogério Medeiros e narrado em primeira pessoa, "Memórias de uma Guerra Suja" levou três anos para ser concluído. Guerra, hoje com 71 anos, diz nunca ter torturado sua função era matar e eliminar corpos. 

O livro gerou indignação nos familiares dos envolvidos. As denúncias devem ser analisadas pela Comissão da Verdade. 



Este senhor de cabelos brancos que hoje tenta se mostrar arrependido dos muitos crimes que cometeu, foi também delegado da Polícia Civil. Comandou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) o mais cruel grupo de extermínio da Ditadura Militar. Contra este senhor de cabelos brancos e aparência angelical, pesam acusações de formação de quadrilha, roubo de armas, tráfico de drogas, tortura e homicídios, incluindo o de sua própria mulher. Foi acusado ainda de chefiar grupos de extermínio. Condenado a 42 anos de prisão, ficou preso por 10 anos. 

Em 2007 se “converteu”  enquanto cumpria pena por assassinato. Desde então se tornou presbítero da Assembleia de Deus e hoje está à frente de uma congregação no bairro Divino Espírito Santo, em Vila Velha, do qual ele também está sendo acusado e investigado hoje, pelo desvio de recursos do dízimo da Assembleia de Deus.

Nenhum comentário: