quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Segue a polêmica sobre o credenciamento do Ceonc (Centro de Oncologia Cascavel) em Francisco Beltrão

O posicionamento do Vereador Guto Silva, sobre a iniciativa de credenciamento da unidade do Ceonc (Centro de Oncologia Cascavel) de Francisco Beltrão junto ao SUS, foi rebatido em várias postagens no twitter, pelo vereador Jocemar Madruga, de Francisco Beltrão.
Ele caracterizou o depoimento de Guto como “bairrista” e que o credenciamento do Ceonc no SUS seria “maior que o pensamento pequeno e ridículo” do vereador de Pato Branco.
Guto afirma que o posicionamento não foi bairrista, pois se apoia em uma questão legal, que é o princípio de Redes de Atenção, e no bem estar dos pacientes atendidos – já que Cascavel está mais longe de Francisco Beltrão que Pato Branco. “Se bairrista é defender os interesses dos cidadãos do sudoeste do Paraná, então aceito o rótulo”, disse.
O vereador de Pato Branco ainda ressaltou que é natural a discussão política e não condena o desejo do vereador de Francisco Beltrão em ter o credenciamento em seu município. “Porém, precisamos ter cuidado e não sobrepor interesses políticos sobre questões técnicas como a das Redes de Atenção para não causar prejuízos a população. Entre os princípios das Redes de Atenção está o de não segmentar o atendimento e o de otimizar os recursos existentes, distribuindo os equipamentos espacialmente de forma ótima”, salientou.
Requerimento
Os vereadores da Câmara Municipal de Pato Branco estão encaminhando requerimento ao Ministério da Saúde (MS), ao Instituto Nacional do Câncer e a Secretaria Estadual de Saúde expondo posição do Legislativo Pato-branquense sobre o caso.
No documento, é citada entre outras portarias do MS, a de número 741/GM/MS, que define o parâmetro para existência do Serviço de Radioterapia em 600 casos novos para mil habitantes. O Hospital Policlínica Pato Branco, que tem o serviço de Radioterapia habilitado, atende a somente 294.460 habitantes, com média de 375 novos casos.
Veja trecho do requerimento abaixo:
Tendo em vista o exposto, vimos manifestar nosso inconformismo com a possibilidade de credenciamento e habilitação de outro serviço de Oncologia, praticamente na mesma área de abrangência regional.
Além de estar inviabilizando economicamente a existência do serviço, que hoje já atende cerca de 290 a 460 habitantes, leva-nos a buscar entender o porquê dos munícipes integrantes da 8ª Regional de Saúde, serem referenciados na sua totalidade para os serviços junto ao município de Cascavel.
Entende-se a população residente junto aos municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema, mas torna-se injustificável que usuários residentes nos municípios de Marmeleiro, Renascença e mesmo de Francisco Beltrão deslocar-se por, na média, 185 km, tendo um serviço disponível em menos de 60 km.
Se pontuarmos a visão de território sanitário e não somente geopolítico, passaríamos a visualizar que o atendimento em Redes de forma diferenciada, não desencadeando ações fragmentadas aos usuários e otimizando os serviços e recursos existentes.
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É claro que os representantes políticos de Francisco Beltrão tem todo o direito de se manifestarem, e até mesmo rebaterem as declarações do vereador patobranquense, Guto Silva, mas as declarações do vereador Madruga, chamando Guto Silva de "bairrista" é no mínimo um tanto quanto demagoga, pois os próprios representantes do legislativo beltronense, sempre foram favoráveis ao atendimento dos pacientes vítimas de câncer em Cascavel e não em Pato Branco. A rivalidade entre os dois municípios sempre existiu e por certo continuará existindo, mas os representantes políticos beltronenses sabem que o credenciamento de uma unidade em Francisco Beltrão, inviabiliza a unidade de Pato Branco e é tolice imaginar ou afirmar o contrário. 

O município de Francisco Beltrão, assim como qualquer outro município do sudoeste tem o direito de reivindicar, este, ou qualquer outro tipo de recurso, assim como os municípios que se sentirem de alguma forma prejudicados, tem o mesmo direito discutir e debater o assunto.

Entendo que não é a melhor solução para o sudoeste, uma briga direta entre as duas principais cidades da região, não é justo que a população sudoestina sofra por "birra" e "picuinhas" políticas, ou politiqueiras, e se o credenciamento de uma segunda unidade de alguma forma possa inviabilizar a outra, este caso deve ser analisado sobre o ponto de vista das pessoas que sofrem de câncer, e que muitas vezes precisam se deslocar a Cascavel para fazer o tratamento.

Acredito que nenhum político do sudoeste pode dizer que o outro é "bairrista", pois todos agem com "bairrismo", ou será que o vereador Madruga não é "bairrista" quando o assunto é sua cidade?

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