Mãe de Elize tem problemas de saúde e não pode deixar
Chopinzinho (PR). Advogado diz que todos na cidade ainda estão surpresos com o crime.
Do G1
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Casa onde mora a família de Elize, em Chopinzinho (Foto: Cassiane Seghatti/G1) |
Dilta Araújo, mãe de Elize Matsunaga, afirmou ao G1 nesta quinta-feira (7) que gostaria
muito de ver a filha em São
Paulo, mas por problemas de saúde está impossibilitada de
deixar Chopinzinho, cidade que fica a 400 km de Curitiba, no Paraná. "Eu
queria estar com ela, mas não posso", disse.
Elize confessou ter matado e esquartejado o
empresário Marcos Matsunaga, de 42 anos, com quem era casada e tem uma filha. O
crime ocorreu no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo.
O G1 esteve na casa da família de Elize em Chopinzinho. No local moram a mãe, o padrasto e duas irmãs. Ninguém quis receber a equipe de reportagem, e poucas palavras foram concedidas na porta da residência. Dilta afirmou que todos estão muito abalados e que o advogado da família está respondendo aos questionamentos.
Ainda em Chopinzinho, o advogado da família
Auro Almeida Garcia disse que todos ficaram sabendo do crime na terça-feira
(05), através da imprensa.
“Foi um choque muito grande. Tendo em vista que a
família não tinha nenhum conhecimento de divergência do casal. Eles estão
bastante chateados e indignados com tudo o que aconteceu”, explica.
Garcia garante que todos da cidade, que tem pouco
menos de 20 mil habitantes, estão surpresos com a notícia, pois se trata de uma
“moça muito tranquila, inteligentíssima, dedicada e muito ligada à família. São
pessoas sérias, humildes e trabalhadoras”.
O advogado acredita que Elize teve essa atitude brutal
de matar o marido porque tinha “alguma razão ou motivo. Eles (família) estão
entendendo que isso não devia de ter acontecido. E se aconteceu, alguma coisa,
certamente, a levou a fazer”, completou.
O advogado garantiu que a família não pediu a
guarda da filha de Elize. “Não existe razão ou motivo para que eles já entrem
com o pedido da guarda. Ainda segundo Garcia, se ambas as famílias não entrarem
num acordo sobre o destino da menina, “logicamente eles [família da Elize] vão
querer ficar com a criança”.
Elize foi embora de Chopinzinho aos 18 anos para estudar e trabalhar em Curitiba e acabou não retornando à cidade por causa do mercado de trabalho. Contudo, Elize e o marido vinham constantemente visitar a família. “Eles vinham nos finais de semana e em datas especiais”.
Elize foi embora de Chopinzinho aos 18 anos para estudar e trabalhar em Curitiba e acabou não retornando à cidade por causa do mercado de trabalho. Contudo, Elize e o marido vinham constantemente visitar a família. “Eles vinham nos finais de semana e em datas especiais”.
Imagens divulgadas
Polícia Civil divulgou na noite desta quarta as imagens das câmeras de
segurança de um prédio na Vila Leopoldina, na Zona Oeste de São Paulo, que mostram
o que aconteceu antes e após a morte do diretor-executivo da Yoki.
As imagens do edifício onde o casal morava mostram
Marcos entrando no prédio no dia 19, mas não registram sua saída. No dia
seguinte, a gravação mostra Elize saindo do elevador, levando três malas com
rodinhas. E mostra também a volta dela, 12 hora depois, sem as malas (confira a
cronologia na arte ao lado).
Traição
Durante o interrogatório nesta quarta, que durou cerca de oito horas, Elize disse à polícia que matou o marido com um tiro na cabeça após discutir com ele por causa de uma suposta traição, segundo Carrasco, diretor do DHPP. A mulher afirmou ainda que foi agredida pelo executivo e que, por isso, atirou.
"Não houve premeditação, houve uma briga”,
disse o diretor do DHPP. Questionado sobre o fato de nenhum vizinho ter ouvido
o som do disparo, Carrasco respondeu que o apartamento, além de ter uma área
grande (é um triplex), tem janelas antirruído.
A Justiça concedeu a prorrogação da prisão de
Elize por mais 15 dias. A mulher contou em depoimento que, após atirar no
executivo, arrastou o corpo até um quarto, onde usou uma faca de 30 centímetros
para esquartejá-lo. “Por ser conhecedora de anatomia humana, por ter feito um
curso de enfermagem, ela pegou uma faca e cortou nas juntas, nas cartilagens”,
disse Carrasco.
A ausência de sangue, segundo o delegado, deveu-se
ao tempo passado entre a morte e o desmembramento. “Ele já estava com rigidez
cadavérica. O sangue estava coagulado.” Segundo relato dela à polícia, as
partes foram colocadas em três malas e espalhadas em uma área de mata em Cotia, na Grande São Paulo.
A pistola 380 usada no crime vai ser periciada e
já está com os policiais. Segundo Carrasco, a mulher contou que a arma foi um
presente do marido. Ambos praticavam tiro e o empresário tinha uma coleção de
armamentos. O delegado acrescentou que Matsunaga, assustado com as notícias de
arrastões em condomínios, deixava por precaução armas espalhadas pelo
apartamento e que uma delas foi a que o matou.
Em depoimento, Elize disse ter feito tudo sozinha.
Para Carrasco, sua versão é convincente. “Não tenho dúvida da autoria nem da
materialidade. Acredito que ela agiu sozinha." A babá da filha do casal
que havia sido dispensada também deve depor.
Desde o dia em que foi presa, o G1 tenta contato com o advogado de Elize.
Detetive particular
A polícia tenta identificar o detetive particular que foi contratado por Elize para investigar se o excutivo a traía. Ele é procurado para que seja intimado a prestar depoimento sobre seu trabalho. Policiais informaram à equipe de reportagem do G1 que o profissional seguiu o executivo e comprovou a infidelidade dele. Fotos e relatórios sobre três supostas amantes foram enviadas para a bacharel. No computador da vítima, peritos da Polícia Técnico-Científica identificaram acessos a sites de prostituição.
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