terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Policiais rodoviários estaduais são presos suspeitos de corrupção, diz Gaeco

Operação foi deflagrada nesta terça (6), no sudoeste do Paraná. Onze policiais foram presos suspeitos de cobrar propina e outros quatro por posse ilegal de arma ou munição. Um agente está foragido.

Por Luciane Cordeiro e Michelli Arenza, G1 PR e RPC Foz

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizou, nesta terça-feira (6), uma operação de combate à corrupção na região sudoeste do Paraná. Os alvos são policiais rodoviários estaduais suspeitos da prática deste crime.

Foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e quatro agentes foram presos em flagrante por porte ilegal de armas e munição. O Gaeco informou que um policial, alvo de mandado de prisão preventiva, não foi localizado e já é considerado foragido. Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão.

O Gaeco apreendeu dinheiro, documentos, contratos, armas, munição e celulares.

Os mandados foram cumpridos em nove cidades: Planalto, Capanema, Barracão, Cascavel, Assis Chateubriand, Jaguariaíva, Ponta Grossa, Pato Branco e Francisco Beltrão. Os postos da Polícia Rodoviária Estadual que foram alvos da operação ficam em Palmas, Mariópolis, Francisco Beltrão e Realeza.

Investigações

O promotor do Gaeco Roberto Tonon detalhou que as investigações começaram depois de um suposto desvio de carga de cigarros contrabandeados do Paraguai pelos policiais investigados. A abordagem ocorreu em Francisco Beltrão.

O esquema consistia, ainda segundo o Ministério Público do Paraná, em abordar veículos irregulares, como caminhões e ônibus vindos do Paraguai, nos postos da Polícia Rodoviária Estadual e receber vantagens dos motoristas para que não fossem feitas autuações. Os policiais também avisavam aos motoristas sobre bloqueios.

"Verificamos a conduta inadmissível por parte de pessoas que exercem uma função importante na sociedade. Talvez por questões financeiras ou para obtenção de vantagens acabam cedendo em benefício próprio", pontuou o promotor.

A operação foi deflagrada após oito meses de apuração, ainda conforme o promotor. Os policiais são suspeitos de crimes militares como peculato, que é desvio de bem público para benefício próprio, corrupção passiva ou concussão, ou seja, receber vantagem indevida, falsidade ideológica, organização criminosa e violação de sigilo funcional.

Os policiais rodoviários presos foram encaminhados ao Batalhão da Polícia Militar de Pato Branco e depois transferidos para a sede da Corregedoria em Curitiba.

“Essa é apenas o começo da investigação, existe outras apurações em andamento. Vamos analisar os materiais apreendidos, e também devemos apurar se há o crime de lavagem de dinheiro", disse Roberto Tonon.

O G1 procurou o Comando da Polícia Militar para falar sobre a operação, mas até as 13h55 não recebeu retorno.

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