segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Ministra Gleisi Hoffmann não só é favorável a privatização das rodovias, como não garante pedágio baixo



Antes de sair do governo, para tentar disputar o Palácio Iguaçu, Gleisi Hoffmann (Casa Civil) tem um abacaxi para descascar: a privatização de 7,5 mil km de rodovias federais. Os leilões estão marcados para 18 de setembro. Mesmo com a duplicação de alguns trechos (682,2 km), com dinheiro público, as tarifas de pedágio podem alcançar R$ 12,00. As informações são do Estadão;

"Estamos achando alto", diz o presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga, Luis Henrique Teixeira Baldez. "Está caro, principalmente por aumentar os custos para o setor produtivo e comprometer a competitividade do País", diz o presidente da Associação Brasileira de Transporte, Logística e Carga, Newton Gibson.

Deputados do Espírito Santo pediram a Gleisi mudanças no leilão e reclamam da cobrança de pedágios de R$ 9 e R$ 9,70 em duas praças na BR-262, num trecho que será duplicado com recursos do PAC e depois entregue aos concessionários. Os capixabas querem que as tarifas sejam menores. A ministra ficou de dar uma resposta.

Na semana passada, o presidente da Anut apresentou ao Ministério do Transporte uma análise sobre o programa, com sugestão para reduzir as tarifas à metade. "As tarifas estão caras porque o governo concentrou a duplicação, que é o investimento maior, nos primeiros cinco anos", disse Baldez. "Normalmente, as rodovias são duplicadas quando o tráfego justifica." Para ele, as vias duplicadas em cinco anos é bom, mas essa exigência de rapidez fará com que a tarifa fique 40% mais cara.

A proposta da Anut é que o governo faça em todos os 7,5 mil km a serem concedidos o que está fazendo só em alguns trechos: duplicar com recursos públicos. Depois, as rodovias seriam entregues aos concessionários, que cuidariam da manutenção e conservação. Nesse desenho, as tarifas seriam 50% mais baixas. Baldez reconheceu, porém, que será difícil convencer o governo a atrasar novamente os leilões.

O governo considera que o modelo de concessões foi suficientemente debatido. Antes de publicar os editais, a ANTT colocou um esboço em consulta pública e acolheu sugestões. Assim, é pequena a possibilidade de mudanças nessa reta final. Desde o lançamento do programa, há um ano, o setor privado questiona a ideia de duplicar as rodovias em cinco anos. O governo, porém, jamais cogitou abrir mão dela.

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