quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Fortes semelhanças com o Cromañón

A grande mídia faz uma cobertura exemplar sobre a tragédia em Santa Maria, mas pouco se houve falar sobre os culpados, sabe-se apenas que estão presos dois dos supostos proprietários da Kiss e dois proprietários da banda, até o momento não ouvi nada em relação a culpa do governo do Estado do Rio Grande do Sul, do prefeito municipal de Santa Maria, do comandante do Corpo de Bombeiros (que emite alvará de funcionamento) e dos fiscais da prefeitura que tem a obrigação de fiscalizar este tipo de local, pois são todos igualmente culpados pela tragédia. Vale lembrar que os alvarás estavam todos vencidos desde agosto de 2012.

Entendo que a justiça necessita de provas para incriminar alguém, e que não é justo culpar, ou acusar alguém que não tenha nada a ver com a tragédia ocorrida, mas aqui é clara a culpa dos agentes públicos, uma vez que não houve fiscalização.

O Brasil chorou comovido a morte de 235 pessoas, jovens com um futuro todo pela frente, futuros profissionais que teriam muito a oferecer ao país, mas que tiveram a sua vidas ceifadas pela vontade de se divertir, de se reunir com amigos, de participar de uma festa. Foram 235 jovens condenados a morte pela falta de fiscalização. Se a lei fosse cumprida talvez a tragédia não tivesse acontecido, ou teria pelo menos feito um estrago menor na vida de centenas de famílias brasileiras. Lei, justiça, punição, cadeia... é só isso que os pais, mães, irmãos, amigos clamam e é isso que precisa acontecer e de forma exemplar. Assassinaram 235 pessoas que buscavam apenas diversão.

Lembrando novamente o caso semelhante ocorrido na Argentina, onde 194 pessoas morreram na discoteca Cromañón, vítimas da superlotação e do descaso das autoridades em fiscalizar. O dono da boate foi condenado a 10 anos e nove meses, três fiscais do governo condenados a quatro anos por omissão de dever, o vocalista da banda foi condenado a sete anos de prisão, por não impedir a queima de sinalizadores dentro da boate lotada, o prefeito da cidade responsável por fazer cumprir a lei e a fiscalização, foi julgado a cassado.

Será que aqui no Brasil, também conhecido como o país da impunidade, teremos o exemplo da justiça Argentina? 

Nossos políticos agiram diferentes dos políticos argentinos, que sequer apareceram para confortar as famílias, mas será que este “apoio” às famílias, oferecido pelos nossos representantes políticos, continuará após a grande mídia desligar os holofotes? 

Veja a infografia: Alvim, Marcelo Coimbra e Julia Maia 


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