segunda-feira, 28 de maio de 2018

Ratinho Júnior promete romper com tradições familiares no Paraná

Metro Curitiba

Candidato defende que está na hora de romper com tradições familiares no governo estadual.

Com 37 anos de idade e expressivas votações para cargos no Legislativo, Ratinho Junior, pré-candidato do PSD, defende em entrevista ao Metro Jornal Curitiba que está na hora de romper com tradições familiares no governo do estado paranaense.

Ratinho Jr. é formado em Marketing e Propaganda pela Facinter com pós-graduação em Direito de Estado pela PUC. Em 2002, aos 21 anos, foi eleito deputado estadual. Em 2006 se tornou deputado federal em que ficou por dois mandatos consecutivos. Disputou a Prefeitura em 2012, perdendo para Gustavo Fruet no segundo turno.

Desde 2013 virou Secretario de Desenvolvimento Urbano do governo Richa , mas se afastou do cargo para se eleger deputado estadual. Depois, voltou ao cargo na Secretaria de Estado da Educação (Sedu).

O senhor fala muito em reduzir o Estado, mas como enxugar gastos sem diminuir serviços?

Não pode reduzir serviços, mas você enxuga, por exemplo, na questão imobiliária. O estado tem hoje 6 mil imóveis e ainda aluga mais 1,6 mil, então tem alguma coisa errada. Ou tira esse patrimônio fixo, que não tem necessidade, ou deixa de pagar o aluguel.

Além disso, a partir de quando você reduz as 28 secretarias para 15, e eu quero trabalhar com de 12 a 14, tem redução do custo administrativo. Cada secretaria hoje tem que comprar material de limpeza, administrativo: se comprar unificado, ganha na negociação do desconto.

Então, é gestão. O poder público tem que fixar sua responsabilidade no que é essencial para o cidadão viver bem – saúde, educação, segurança e infraestrutura. Por exemplo, eu não acho que é função do estado ficar administrando uma empresa de gás. Não estou dizendo Copel e Sanepar, que têm função social e de desenvolvimento econômico. A Compagás é só questão econômica, para que vamos gastar energia nela? Não estou dizendo que temos que vender toda ela, mas uma parte dos ativos, mudar o foco.

Ano passado o senhor se absteve de votar o congelamento de gastos do estado. Mudaria de posição hoje?

Essa votação foi uma exigência do governo federal para que os estados não perdessem a oportunidade de ter empréstimos. Naquela votação eu me abstive de votar porque qualquer posição que eu tivesse criaria uma polêmica, por bem ou por mal, e ainda o meu voto não iria alterar nada porque a base já tinha tomado uma posição.

Agora, eu acho que tudo tem que ser sempre revisto, você nunca pode ter uma decisão em que você não possa dialogar. Hoje existe um ambiente melhor em 2015, 2016, para dialogar com o servidores, e a inflação não é a mesma. Acho que tudo tem quer ser avaliado momentaneamente, mas não tenho problema nenhum em rever minha posição. Acredito que é uma ignorância decidir, depois entender que estava errado, e depois não voltar atrás.

Como ex-secretário, as denúncias de corrupção no governo Richa de alguma forma geram constrangimento?

Não constrangem porque eu era responsável pela minha pasta. Tivemos 3,2 mil ope rações financeiras, R$ 1,7 bilhão de volume de recursos que passaram por lá e nenhuma obra questionada pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas. Dentro daquilo que era a minha seara fizemos bom uso do dinheiro público. Acho que cada pessoa tem que ser julgada pelo seu CPF.

O ex-governador Richa, assim como o PT, se dizem vítimas de um denuncismo do Judiciário. Concorda?

Eu acho que tanto o MP quanto o Judiciário mudaram a maneira de trabalhar e essa nova maneira de trabalhar é muito mais ferrenha. E com razão, deve ser assim porque, nós estamos vendo nos escândalos da Lava Jato, era o samba do crioulo doido. Realmente a fiscalização tem que ser rígida. Não pode ser injusta, mas tem que ser rígida.

O Jair Bolsonaro declarou apoio a sua candidatura. O senhor endossou isto?

Eu agradeço, sem dúvida é um apoio importante. Não posso recusar apoio e fico agradecido. É um presidenciável que está na disputa e que representa uma parcela da população que quer um modelo que ele prega. Tenho uma questão partidária que tem que ser respeitada, o meu partido ainda não decidiu. Vai ser discutido nacionalmente se teremos candidato, ou não, tem o Afif que agora é uma novidade. Eu fui deputado com o Bolsonaro, tenho um relacionamento muito bom com ele.

O senhor montou um grupo político novo na Assembleia. Desde quando quer ser governador?

Desde quando eu resolvi entrar na vida pública. Se você pegar meu primeiro discurso, com 21 anos, eu disse que estava pedindo voto para deputado estadual e ia voltar e pedir voto para governador. Acho que em tudo na vida, seja na área publica, privada ou familiar, você tem que planejar e ter uma meta, motivação.

Não quero ficar deputado a minha vida toda, assim como eu não quero ficar político a vida toda. Quero ter um período da minha vida em que eu quero colaborar e depois vou tocar minha vida.

Também por entender que o Paraná precisa de uma oxigenação. Tenho 37 anos de vida e neste tempo o Paraná tem de duas a três famílias mandando no estado, e a minha cabeça não admite isso.

Respeitando o histórico de todos os políticos, já que todos contribuíram muito, mas eu acho que é necessário haver uma ruptura. Não é justo para os paranaenses ficarem apenas da dependência de poucas famílias. É uma motivação para mim, poder quebrar essa panela.

Qual o legado Richa e Cida?

O Paraná de modo geral teve bons governadores, historicamente. Ney Braga, Canet, Paulo Pimentel, o próprio Requião, que tem um pensamento diferente em termos de alinhamento político, Alvaro Dias. O governo do Beto nos oito anos teve uma evolução muito boa se você pegar os números de saneamento, geração de empregos, repasse de recurso para municípios.

Agora, teve erros de estratégia política, até porque que não é possível existir um governo perfeito. De modo geral está dentro da média histórica. A Cida vem tendo alguns erros, colocando políticos em cargos técnicos, criando secretarias.

Como o senhor avalia as críticas pela sua juventude?

Essa questão de idade é uma defesa daqueles que querem menosprezar e evitar que você cresça no processo. Como não podem argumentar que sou ladrão, vão para o jogo de preconceito da questão de idade. O mundo está provando que isso é bobagem, no Canadá, França, Áustria e até no Paraná. Se experiência fosse sinônimo de eficiência, o Eduardo Cunha era um bom politico, assim como Sarney, Renan. O que faz você ser competente ou não é o seu preparo.

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