segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Gleisi Hoffmann usa censura para controlar críticas recebidas na internet



Quem pensou que um maior volume de informações iria aumentar a democracia, pode estar errado. O aumento dos debates políticos plurais proporcionados pela internet não é bem aceito por alguns detentores de cargos políticos que, volta e meia, recorrem à censura.

É o caso, por exemplo, da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), candidata ao governo do Paraná pelo PT e que nas últimas semanas tem mostrado um viés censor contra páginas de redes sociais e blogs que publiquem notícias que venham a desagradá-la. 

Um exemplo é o jornalista e blogueiro Ucho Haddad, de São Paulo, que baseou-se em uma matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo para falar sobre a articulação da ministra para que fosse aprovado um projeto de lei do governo federal que transfere à rede de ensino convencional a educação de crianças e com necessidades especiais. Na prática, isto acabará inviabilizando as Apaes, por exemplo.

Embora Ucho tenha tratado o tema da mesma forma que os maiores veículos da imprensa no país, Gleisi ingressou na Justiça apenas contra o referido blogueiro, que mantém o blog independente na rede, sem ligação com partidos ou empresas.

Já na última semana, a petista entrou com uma ação no TRE do Paraná e conseguiu censurar duas páginas no Facebook: o perfil “Gleisi Indelicada” e a comunidade “Gleisi NÃO”. O desembargador Edson Vidal Pinto acatou o pedido da ministra e determinou ao Facebook, por meio de liminar, a suspensão das duas páginas.

Usando de humor, as duas páginas tinham, em média, 100 mil visualizações semanais, passando as postagens de três mil compartilhamentos. Uma das postagens que incomodou Gleisi se refere também ao assunto das Apaes e passou dos 15 mil compartilhamentos e um milhão de pessoas atingidas. 

“São páginas que faziam sátiras, não se passavam por outra pessoa e faziam o humor político. Querer censurar é pior do que a ditadura porque todos os posts são pautados por tudo o que sai na imprensa, não tem nada inventado”, diz um dos integrantes da comunidade Gleisi NÃO.

“É a judicialização da censura. Mesmo com um exército de petistas denunciando as páginas diretamente ao Facebook, a rede social não as retirou do ar, vez que elas não violavam as regras da rede social, que são duras e combatem ataques à honra, por exemplo”, completou.

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