Qualquer semelhança é mera
coincidência?
Cerca de 500 médicos cubanos
já aproveitaram o acordo de cooperação que prevê que eles trabalhem na
Venezuela para fugir para os EUA. A informação foi divulgada por fontes do
exílio cubano em Miami, que inclui os próprios médicos desertores. Eles relatam
que para sair da Venezuela, precisam pagar de US$ 300 a US$ 2 mil a funcionários
do aeroporto.
O último caso de deserção
desse tipo ocorreu na quarta-feira, quando sete jovens doutores deixaram o
aeroporto de Maiquetía, em Caracas, depois de ser retidos por várias horas e
subornar agentes venezuelanos. "Os funcionários em Maiquetía submetem a
uma forte pressão psicológica os médicos que querem sair do país até que
finalmente eles aceitam pagar um suborno", explicou em Miami o médico
cubano Keiler Moreno, de 27 anos, que fugiu de Caracas há cinco meses.
Moreno é colega dos sete recém-chegados
e os ajudou a deixar a Venezuela. Na quarta-feira, ele esperou os amigos no
aeroporto de Miami para auxiliá-los com os trâmites nos Serviços de Imigração e
Alfândega. "Somos da mesma turma que se formou em medicina em 2007",
afirmou. Associações católicas e ONGs também prestaram assistência ao grupo.
Segundo o exílio cubano, 2
mil profissionais da área de saúde já desertaram desde 2006. Os 500 médicos que
chegaram da Venezuela, representam, portanto, um quarto do total. Só no último
ano, foram 200 os que embarcaram de Caracas para os EUA. "Para sair é
preciso conseguir o visto na embaixada dos EUA em Caracas. Os funcionários
venezuelanos não dão permissão de saída para os cubanos, mas tudo se resolve
com suborno", diz Moreno.
A Venezuela mantém com Cuba
um programa de cooperação no qual Caracas exporta para a ilha petróleo
subsidiado e esta lhe paga enviando milhares de médicos cubanos para trabalhar
nas favelas venezuelanas. Esses médicos tocam o programa conhecido como
"Barrio Adentro", um dos carros-chefes da política social do governo
de Hugo Chávez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário