Daniel Favero – Terra
Nos últimos 10 anos, o governo federal gastou quase
meio bilhão de reais com compras feitas por meio de cartões corporativos. Foram
R$ 462.560.739,31 despendidos de 2002 a 2012. O ápice ocorreu no último ano do
governo de Luiz Inácio Lula da Silva, 2010, quando R$ 80 milhões foram gastos,
valor 42,32% maior que o despendido em 2012.
Entre os ministérios e secretarias, o campeão de
gastos nestes 10 anos foi a Presidência da República, que acumulou R$ 135,6
milhões em compras. Em segundo lugar aparece o Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, que somou R$ 80,4 milhões, seguido pelo Ministério da
Justiça, com pouco mais de R$ 60 milhões, Ministério da Educação, com R$ 36,4
milhões e Ministério do Desenvolvimento Agrário, com R$ 27 milhões.
Esse sistema de pagamento, criado ainda no governo
tucano de Fernando Henrique Cardoso, ganhou as manchetes na gestão petista, em
2008, quando veio à tona um escândalo de uso de indevido dos cartões. O caso
provocou a queda da então ministra da Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.
O cartão deve ser usado para compras de materiais,
prestação de serviços, para o pagamento de despesas de hospedagem de ministros
e como funciona como cartão de crédito normal, podia ser usado até para saques
em dinheiro. Essa forma de pagamento foi utilizada para compras em free shops e
para a hospedagem de familiares de ministros durante compromissos oficiais.
No ano em que o escândalo veio à tona foram gastos
R$ 55,2 milhões com os cartões, valor menor que os R$ 76,2 milhões dependidos
em 2007. No entanto, a repercussão midiática não freou o uso dos cartões. Em
2009 o gasto aumentou 16,81%, e continuou crescendo até o último ano do governo
de Luiz Inácio Lula da Silva, quando os pagamentos chegaram a mais de R$ 80
milhões, o maior desde 2002.
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