Do Painel, Folha de S.Paulo:
Cartão
de visita Espécie de “relações públicas” da quadrilha investigada na Operação
Porto Seguro, Gilberto Miranda aparece em diálogo da Polícia Federal tentando
agendar uma reunião entre o ministro Massami Uyeda (Superior Tribunal de
Justiça) e Paulo Vieira, ”que é muito amigo do presidente Lula”. “Ele e o
irmão, que é diretor da Anac”, diz o ex-senador. Ele coloca Rubens à disposição
do filho do ministro, que se aposentou no final de novembro, para questões
envolvendo aviação.
Agora começou a briga de
verdade, onde acusados apontam o dedo para seus líderes. Paulo Vieira afirma
que Investigação “blindou” ministra.
Alvo da Operação
Porto Seguro, ele afirma que Izabella Teixeira fez “pressão” para que fosse
aprovado projeto de interesse do ex-senador Gilberto Miranda.
Paulo Vieira, alvo da
Operação Porto Seguro e apontado como chefe de quadrilha que corrompia
servidores de órgãos federais para compra de pareceres técnicos, saiu da
trincheira do silêncio e acusa o Ministério Público Federal e a Polícia Federal
de “blindarem a ministra Izabella Teixeira”, do Meio Ambiente. Ele afirma que a
ministra fez “pressão” para que fosse aprovado projeto de interesse do
ex-senador Gilberto Miranda, denunciado por corrupção ativa.
Ex-diretor
da Agência Nacional de Águas (ANA), cargo que assumiu em 2010 por indicação da
amiga Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São
Paulo e acusada de integrar o grupo, ele nega que tenha pago propina a Cyonil
Borges, do Tribunal de Contas da União, que delatou o esquema.
Izabella nega
benefício e defende licenciamento
Procurada neste domingo (16)
à noite pelo Estado, logo após Paulo Vieira conceder a entrevista, a ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou não ter tratado do projeto da
Ilha de Bagres, de Gilberto Miranda, nem com o ex-senador acusado pela Operação
Porto Seguro nem com Luís Inácio Adams, chefe da Advocacia-Geral da União
(AGU).
“Não trato de projetos
específicos. Quando me dirijo à AGU, o faço formalmente com consultas
referentes a questionamentos por parte do órgãos vinculados do ministério sobre
entendimentos jurídicos de aplicação de normas ambientais.”
“O processo de licenciamento
seguiu os ritos legais e técnicos. Desconheço qualquer informação que
comprometa tecnicamente e procedimentalmente a análise e tomada de decisão”,
completou a ministra. “O Ibama já prestou informações ao Ministério Público
sobre o licenciamento”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Vieira se apresenta como “um
petista de baixo clero” e defende Rose categoricamente. Revela-se indignado e
amargurado. Recorre a Deus frequentemente, a quem pede proteção nesta etapa
difícil de sua vida.
Classifica a ANA de “cabide
de emprego”. Desafia que provem contra ele prática de ilícitos e diz não ter
intenção de delatar outros nomes – em conversas reservadas havia admitido a
possibilidade de contar o que sabe, como divulgou o Estado.
Vai provar, avisa, sua
inocência à Justiça. Aponta laços entre o ex-ministro dos Portos Pedro Brito e
Miranda. “Tenho provas de tudo.”
Repudia o papel que lhe é
imputado pela acusação. “Que quadrilha é essa que supostamente só participou de
dois pareceres em anos de ‘atividades’? Onde está o dinheiro de propinas que
recebi?”
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