Operação foi deflagrada nesta terça (6), no sudoeste do Paraná. Onze policiais foram presos suspeitos de cobrar propina e outros quatro por posse ilegal de arma ou munição. Um agente está foragido.
Por Luciane Cordeiro e Michelli Arenza, G1 PR e RPC Foz
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizou, nesta terça-feira (6), uma operação de combate à corrupção na região sudoeste do Paraná. Os alvos são policiais rodoviários estaduais suspeitos da prática deste crime.
Foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e quatro agentes foram presos em flagrante por porte ilegal de armas e munição. O Gaeco informou que um policial, alvo de mandado de prisão preventiva, não foi localizado e já é considerado foragido. Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão.
Os mandados foram cumpridos em nove cidades: Planalto, Capanema, Barracão, Cascavel, Assis Chateubriand, Jaguariaíva, Ponta Grossa, Pato Branco e Francisco Beltrão. Os postos da Polícia Rodoviária Estadual que foram alvos da operação ficam em Palmas, Mariópolis, Francisco Beltrão e Realeza.
Investigações
O promotor do Gaeco Roberto Tonon detalhou que as investigações começaram depois de um suposto desvio de carga de cigarros contrabandeados do Paraguai pelos policiais investigados. A abordagem ocorreu em Francisco Beltrão.
O esquema consistia, ainda segundo o Ministério Público do Paraná, em abordar veículos irregulares, como caminhões e ônibus vindos do Paraguai, nos postos da Polícia Rodoviária Estadual e receber vantagens dos motoristas para que não fossem feitas autuações. Os policiais também avisavam aos motoristas sobre bloqueios.
"Verificamos a conduta inadmissível por parte de pessoas que exercem uma função importante na sociedade. Talvez por questões financeiras ou para obtenção de vantagens acabam cedendo em benefício próprio", pontuou o promotor.
A operação foi deflagrada após oito meses de apuração, ainda conforme o promotor. Os policiais são suspeitos de crimes militares como peculato, que é desvio de bem público para benefício próprio, corrupção passiva ou concussão, ou seja, receber vantagem indevida, falsidade ideológica, organização criminosa e violação de sigilo funcional.
Os policiais rodoviários presos foram encaminhados ao Batalhão da Polícia Militar de Pato Branco e depois transferidos para a sede da Corregedoria em Curitiba.
“Essa é apenas o começo da investigação, existe outras apurações em andamento. Vamos analisar os materiais apreendidos, e também devemos apurar se há o crime de lavagem de dinheiro", disse Roberto Tonon.
O G1 procurou o Comando da Polícia Militar para falar sobre a operação, mas até as 13h55 não recebeu retorno.
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