Assassinato
de Celso Daniel. Marcos Valério denuncia que PT queria que ele arranjasse
dinheiro para pagar chantagem feita por envolvidos contra Lula e Gilberto
Carvalho.
O
empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, revelou em depoimento ao
Ministério Público Federal, ter detalhes envolvendo o PT no assassinato do
prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Valério, apontado
como o operador do mensalão, foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal)
a mais de 40 anos de prisão por crimes cometidos no mensalão.
Segundo
a reportagem, Valério disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o
secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estavam sendo extorquidos
por figuras ligadas ao crime de Santo André.Ronan Maria Pinto, que é apontado
pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na
prefeitura, seria um dos suspeitos de chantagear Lula e Carvalho.
A
revista diz que Valério foi procurado por petistas para pagar o dinheiro da
chantagem, mas que ele teria se recusado. Segundo ele, quem teria ficado com a
missão seria um amigo pessoal de Lula, que utilizou um banco não citado no
mensalão.
O
depoimento de Valério à Procuradoria foi dado na tentativa de conseguir uma
delação premiada, mecanismo jurídico no qual alguém que é investigado pode se
beneficiar colaborando com a Justiça. Esse depoimento, segundo o jornal "O
Estado de S. Paulo", foi dado no fim de setembro. Nele, Valério teria
citado Lula e o ex-ministro Antonio Palocci.
Segundo
o jornal, o empresário mencionou outras remessas de recursos para o exterior,
além das que foram feitas para o publicitário Duda Mendonça, que trabalhou na
campanha de Lula em 2002 e foi absolvido pelo Supremo no processo do mensalão.
A
cúpula do PT procurou ontem desqualificar o novo depoimento que o empresário
Marcos Valério teria prestado à Procuradoria-Geral da República sobre o
esquema. Saindo em defesa de Lula, os petistas disseram que Valério está
tentando se livrar da pena imposta pelo STF e por isso não merece
credibilidade. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse duvidar
que Valério tenha algo a acrescentar ao que já foi dito no julgamento do
mensalão e ironizou o novo depoimento: "Se eu fosse condenado a 40 anos de
prisão também estaria me mexendo".
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