Livraria da Folha com Ponto Crítico
"Memórias
de uma Guerra Suja" revela os bastidores de uma parte do trabalho de
destruição da esquerda brasileira durante os anos 1970 e início dos 1980. É o
depoimento, em primeira pessoa, de um ex-delegado do Dops que foi o principal
agente de um grupo de militares fora da cadeia de comando oficial das Forças
Armadas.
Cláudio
Guerra, ex-delegado do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social), confessa em
"Memórias de uma Guerra Suja" o envolvimento com uma série de ações
promovidas durante a ditadura militar (1964-85) com autorização do governo
federal, incluindo a morte de ao menos 12 guerrilheiros.
Segundo
reportagem publicada pela Folha de S.Paulo na quinta-feira (3), Guerra
também afirma ter incinerado os corpos de dez desaparecidos políticos no forno
de uma usina de açúcar pertencente à família de um ex-governador do Rio.
Entre as vítimas,
ele cita David Capistrano, João Batista Rita, Joaquim Pires Cerveira, João
Massena Mello, José Roman, Luiz Ignácio Maranhão Filho, Ana Rosa Kucinski e
Wilson Silva, Joaquim Pires Cerveira, Eduardo Collier Filho e Fernando Augusto
Santa Cruz Oliveira.
Baseado em
depoimento a Marcelo Netto e Rogério Medeiros e narrado em primeira pessoa, "Memórias
de uma Guerra Suja" levou três anos para ser concluído. Guerra, hoje com
71 anos, diz nunca ter torturado sua função era matar e eliminar corpos.
O livro gerou
indignação nos familiares dos envolvidos. As denúncias devem ser analisadas
pela Comissão da Verdade.
Este senhor de
cabelos brancos que hoje tenta se mostrar arrependido dos muitos crimes que
cometeu, foi também delegado da Polícia Civil. Comandou o Departamento de Ordem
Política e Social (Dops) o mais cruel grupo de extermínio da Ditadura Militar.
Contra este senhor de cabelos brancos e aparência angelical, pesam acusações de
formação de quadrilha, roubo de armas, tráfico de drogas, tortura e homicídios,
incluindo o de sua própria mulher. Foi acusado ainda de chefiar grupos de
extermínio. Condenado a 42 anos de prisão, ficou preso por 10 anos.
Em 2007 se “converteu”
enquanto cumpria pena por assassinato. Desde então se tornou presbítero da
Assembleia de Deus e hoje está à frente de uma congregação no bairro Divino
Espírito Santo, em Vila
Velha, do qual ele também está sendo acusado e investigado hoje,
pelo desvio de recursos do dízimo da Assembleia de Deus.
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