Começa em dez dias (de 13 de março a 14 de abril) a inscrição para o processo seletivo de um dos treinamentos mais difíceis da Polícia Civil do Paraná. O Cote (Curso de Operações Táticas Especiais) é a porta de entrada do Tigre (Tático Integrado Grupos de Repressão Especial), grupo de elite da Polícia Civil, e ainda uma especialização muito procurada por profissionais de segurança de vários estados.
O curso busca qualificação policial em aspectos físicos, táticos, psicológicos e intelectuais para atuar em missões de alto risco, com emprego de técnicas adotadas internacionalmente por outros grupos de operações especiais.
O treinamento, que chega à sétima edição, foi criado pelos próprios agentes do Tigre, grupo de elite anti-sequestro do Paraná. A estratégia é trazer situações reais em que o grupo precise atuar com o máximo de eficiência, em menor tempo e efeitos colaterais.
“No âmbito da Polícia Civil, o Cote pretende selecionar policiais para integrar o Tigre. Mas, como também é muito conceituado nacionalmente, o treinamento atrai policias civis, militares e das forças armadas interessados no aperfeiçoamento profissional”, explicou o delegado operacional do Tigre, Cristiano Quintas, aprovado na última edição, em 2014.
São 25 vagas, sendo 15 para policiais civis do Paraná, duas para delegados do Estado e oito para outras instituições policiais. Há possibilidade ainda da presença de convidados.
Entre os dias 9 e 10 de maio, os inscritos passam por exame de saúde, além do TAF (teste de aptidão física), proficiência de tiro e entrevista. O TAF é bastante rígido, com o candidato precisando, por exemplo, completar no mínimo 60 abdominais ou 30 flexões de braço em 60 segundos.
“Os exercícios são eliminatórios e também classificatórios. Não atingiu a meta, está fora. Além disso, diante da alta concorrência, para uma eventual convocação para o Tigre, não adianta fazer o mínimo”, avisou Quintas.
Após esta fase, os classificados iniciam o curso no dia 15 de maio. A duração mínima é de quatro semanas, mas a data final não é informada aos candidatos.
Neste período são aplicadas várias técnicas para atuação em situações extremas. Aulas de luta, exposição a cansaço intenso e várias simulações de resgate como em escolas, estabelecimentos comerciais e ônibus.
No último curso, em 2014, uma destas simulações aconteceu em um cinema de Curitiba, recriando um ataque terrorista com reféns. O exercício também fez parte da preparação do Tigre para atuação na segurança da Copa do Mundo daquele ano.
“Muita gente começa e não consegue terminar. A exigência é mesmo intensa porque o trabalho em uma unidade de elite exige esse tipo de preparação para se trabalhar por dias e às vezes semanas a fio, longe da família em situações bem pouco agradáveis”, acrescentou Quintas. Ainda assim, a aprovação no curso qualifica, mas não garante o ingresso no Tigre.
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