Quem pensou que um maior
volume de informações iria aumentar a democracia, pode estar errado. O aumento
dos debates políticos plurais proporcionados pela internet não é bem aceito por
alguns detentores de cargos políticos que, volta e meia, recorrem à censura.
É o caso, por exemplo, da
ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), candidata ao governo do Paraná pelo PT e
que nas últimas semanas tem mostrado um viés censor contra páginas de redes
sociais e blogs que publiquem notícias que venham a desagradá-la.
Um exemplo é o jornalista e
blogueiro Ucho Haddad, de São Paulo, que baseou-se em uma matéria publicada no
jornal Folha de S. Paulo para falar sobre a articulação da ministra para que
fosse aprovado um projeto de lei do governo federal que transfere à rede de
ensino convencional a educação de crianças e com necessidades especiais. Na
prática, isto acabará inviabilizando as Apaes, por exemplo.
Embora Ucho tenha tratado o
tema da mesma forma que os maiores veículos da imprensa no país, Gleisi
ingressou na Justiça apenas contra o referido blogueiro, que mantém o blog
independente na rede, sem ligação com partidos ou empresas.
Já na última semana, a
petista entrou com uma ação no TRE do Paraná e conseguiu censurar duas páginas
no Facebook: o perfil “Gleisi Indelicada” e a comunidade “Gleisi NÃO”. O
desembargador Edson Vidal Pinto acatou o pedido da ministra e determinou ao
Facebook, por meio de liminar, a suspensão das duas páginas.
Usando de humor, as duas
páginas tinham, em média, 100 mil visualizações semanais, passando as postagens
de três mil compartilhamentos. Uma das postagens que incomodou Gleisi se refere
também ao assunto das Apaes e passou dos 15 mil compartilhamentos e um milhão
de pessoas atingidas.
“São páginas que faziam
sátiras, não se passavam por outra pessoa e faziam o humor político. Querer
censurar é pior do que a ditadura porque todos os posts são pautados por tudo o
que sai na imprensa, não tem nada inventado”, diz um dos integrantes da
comunidade Gleisi NÃO.
“É a judicialização da
censura. Mesmo com um exército de petistas denunciando as páginas diretamente
ao Facebook, a rede social não as retirou do ar, vez que elas não violavam as
regras da rede social, que são duras e combatem ataques à honra, por exemplo”,
completou.
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