O
PT paranaense passa por momentos de extrema tensão. Acontece que o ex-advogado
de Eduardo Gaievski, Fernando Borges, preso no último dia 23 de outubro, optou
pela delação premiada para reduzir em um terço sua pena, que ainda será fixada
pela Justiça. Borges foi preso em flagrante junto com o filho de Gaievski
enquanto subornavam mães de vítimas de estupro para que mudassem testemunhos em
que acusavam o ex-assessor especial da ministra Gleisi Hoffmann.
Todos sabem que Fernando Borges fez
delação premiada, mas a maioria desconhece o teor do seu depoimento, que é
considerado por poucos como “nitroglicerina pura”. Borges era também secretário
municipal de Administração e pode ter revelado a origem do dinheiro
reunido com o objetivo de silenciar as vítimas dos 26 estupros de menores de
que Gaievski é acusado. Essa operação teria mobilizado recursos da ordem de R$
600 mil, segundo anota o jornalista Ucho Haddad.
Quando
Borges foi preso, a polícia apreendeu R$ 1 mil com as mães de duas vítimas.
Esse dinheiro seria um sinal para que as mulheres fossem até um cartório e
registrassem depoimentos inocentando Gaievski. Elas receberiam mais dinheiro ao
longo do julgamento e uma quantia maior quando o acusado fosse libertado, apura
a polícia.
A
ação policial impediu que a operação para libertar Gaievski prosperasse,
fazendo com que Fernando Borges e André Gaievski ficassem sujeitos a longas
penas de prisão, enquadrados no artigo 343 do Código Penal (oferecer vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento) e artigo 288 (formação de
quadrilha). Já os irmãos de Gaievski, Edmundo e Francisco, também envolvidos na
operação, tiveram a prisão decretada e estão foragidos.
O
caso
Eduardo
Gaievski foi prefeito de Realeza por dois mandatos (2005-2012) e em janeiro
deste ano foi levado para a Casa Civil pela ministra Gleisi Hoffmann. Ele era
encarregado de tratar das políticas relativas a menores do governo federal. Em
agosto, foi preso pela suspeita de envolvimento em 40 crimes sexuais, entre
eles estupros de menores, estupros de vulneráveis, favorecimento à prostituição
e crimes de responsabilidade.
Do blog do Fábio Campana
Nenhum comentário:
Postar um comentário