Do Ponto e Vírgula
A
proposta que o ministro japonês das Finanças, Taro Aso, acaba de formular para
que se apresse a morte de idosos aposentados, principalmente os enfermos não é
novidade aqui no Brasil, onde a prática é até certo ponto corriqueira, e há
muito tempo. Nem os gernos ditos altamente populares, como os
dos últimos dez anos, mudaram essa rotina. Um cidadão escreveu para a
seção de cartas de um jornal dizendo que se aposentou depois de 42 anos contribuindo
muitas vezes pelo valor máximo. "Caparam-me 13%", disse ele.
Logo em seguida, requereu a devolução das contribuições feitas em excesso.
Desde julho do ano passado o Ministério da Fazenda informa que o processo está
'em análise', alegando o grande volume de trabalho do órgão. Então, veio outro
desabafo: "Para aumentar salários e desviar dinheiro público, é tudo
muito rápido. Chego à conclusão que é uma maneira sutil e legal de esperar a
morte do aposentado".
Quando
o Governo Federal reajusta o salário mínimo em 8,9% (índice superior aos de
inflação divulgados por entidades como o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre 5,57% e 7,8%) e
reajusta as pensões dos aposentados que recebem acima do salário mínimo em
6,2%, fica configurada a teoria do ministro japonês, pois quanto mais
envelhecem, mais necessitam de recursos para sobreviverem, só que a cada ano
recebem de 'presente' do Governo a diminuição paulatina do seu poder de compra,
principalmente medicamentos, sempre com preços reajustados em
índices superiores aos da inflação oficial. E tem ainda um agravante:
para o Imposto de Renda despesa com a compra de remédios não considerada como
'Despesas Com Saúde'. Seria, então, compra de supérfluo um remédio para
coração, por exemplo? Algum idoso sai de uma consulta médica sem uma receita
com remédios para comprar? Nem mesmo um jovem está livre da receita. Se o
Governo pensa assim, quer mesmo que o aposentado morra.
Junte-se
a tudo isso o fato de que em 2012 aconteceram alguns aumentos médios, como o de
energia elétrica (12%); gás de cozinha (12%); faxina (20%); alimentação (20%);
condomínio (15%); manutenção de carro (17%); lazer (20%); honorários médicos,
além de outros. E ainda acontece o tal desconto nas tarifas de energia
elétrica, anunciado pela presidente Dilma Rousseff com 'toques de trombetas' em
rede nacional de rádio e TV, 'compensado' logo em seguida com o anúncio do
aumento dos preços dos combustíveis, feito quase na calada da noite, para
vigorar horas depois. E, como se sabe, com o reajuste do valor dos combustíveis
tudo que dependa de transporte vai aumentar o preço, pois o reajuste do frete
será repassado para o consumidor. E aí, coitado dos aposentados. Enquanto
estiverem vivos.
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