O Município de Pato Branco, por meio da Secretaria de Educação e Cultura e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, promove aulas e oficinas de robótica para os alunos da Rede Municipal desde 2015. O objetivo é levar para a rotina escolar desses alunos os conceitos de robótica, oportunizando, de forma participativa e lúdica, que as crianças possam construir seus próprios robôs e realizarem a programação dos mesmos.
No primeiro momento, a oficina de robótica foi ofertada apenas a alunos dos 5º anos. Neste ano, ela passou a ser realizada, também, na Escola Municipal de Artes, contemplando os alunos do Tempo Integral, ampliando assim o público atendido em mais faixas etárias.
“Agora, o projeto possui uma sala estruturada para a atividade, um ambiente específico para as aulas de robótica, dando melhores condições de aprendizagem para as crianças”, frisa a secretária municipal de Educação e Cultura, Heloí Aparecida De Carli. Há, ainda, uma turma na Escola Municipal Gralha Azul, atendendo crianças que residem na região Sul da cidade.
Desde 2015, o Município de Pato Branco tem investido em aulas de robótica como parte do ensino da Rede Municipal de Educação |
O responsável pelas aulas é o chefe da Divisão Científica e Tecnológica, Alexandre Ferreira de Souza. Ele conta que na metodologia utilizada, as crianças aprendem o passo a passo, nos mínimos detalhes. “Inicialmente, faço uma introdução do que é robótica, quando foi inventada e como ela funciona. Após apresentar o conceito, exemplifico com coisas da rotina deles, como as máquinas de lavar roupa. Depois disso, apresento um robô de movimento, que se desloca em diversas direções”, frisa.
Com base nesse robô, as crianças conhecem cada um dos componentes, a funcionalidade das peças, dos fios e o que é necessário para que o arduíno funcione. “Após esse conceito geral, utilizando o computador, elas realizam a programação para que o robô faça o que elas querem”, conta Alexandre.
Outro momento importante, de acordo com o professor, é quando as turmas decidem a identidade e a aparência que cada robô terá, pois nesse momento ele deixa de ser algo fantasioso e distante, passando a ser um objeto que o aluno construiu. “Com isso, os alunos percebem que eles podem, conseguem fazer e, a partir disso, as possibilidades são ilimitadas, pois eles têm a certeza de que podem criar qualquer coisa”, pontua Alexandre.
O desafio é construir um robô diferente em cada turma, em que a coletividade é trabalhada com as crianças. “O processo todo também engloba o trabalho em grupo, o consenso, entender o que é opinião comum e a votação para decidirem, em conjunto, qual será a identidade do robô. A socialização acontece em todo momento”, comenta o professor, que ressalta, ainda, que a oficina desenvolve a coordenação motora, pois os movimentos do robô são programados pelos alunos, em que também são aplicados conceitos de lateralidade.
A atividade envolve diferentes faixas etárias, estimula a criatividade e a inovação, a médio e longo prazo. Somente na Escola de Artes, Alexandre atende mais de 300 alunos, o que, na opinião dele, favorece o processo criativo, pois quanto menor a criança, menos ela pensa nas dificuldades ao propor algo, já que sua imaginação não tem limites. “A criança que participa dessa oficina e que, mesmo com tão pouca idade entende que a robótica pode fazer parte da vida dela, na adolescência já poderá se tornar um empreendedor, porque entenderá que aquilo faz parte do futuro”, completa Alexandre.
Robótica para as crianças
Roberta Luiza Langaro de Andrade, 11 anos, aluna do 5º ano da Escola Municipal Pequeno Príncipe, diz que está achando muito interessante aprender sobre robótica. “A gente vê e quer saber como tudo funciona, para aprender e poder fazer. Também é bom trabalhar em grupo e nos acertarmos para conseguir fazer algo legal”, afirma Roberta.
Arthur Antonio Motta Hopsizinski, 10 anos, aluno do 4º ano da Escola Municipal José Fraron, explica que quis aprender para poder construir seus próprios robôs. “Quero inventar e fazer eles do meu jeito, com as coisas que eu acho legal”, diz.
Júlia de Lima Lucchesi, 9 anos, aluna do 4º ano da Escola Municipal Maria Jurema Ceni, já frequentou outras oficinas que a Escola de Artes oportuniza e conta que o interesse nesta surgiu após participar de uma atividade onde Alexandre estava apresentando os robôs e mostrando às crianças como controlá-los, utilizando o tablet que recebeu na escola.
“Além de aprender a fazer os robôs, é bom porque aprendemos a lógica e também a termos paciência, tanto para construirmos quanto para escutarmos a opinião dos colegas e chegarmos a um entendimento”, ressalta Júlia.
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