quinta-feira, 24 de abril de 2014

Joaquim Barbosa, benfeitor do PT (mas o PT não notou)



Por Alex Antunes

Imagine que alguém percebe que está com um furúnculo. A reação normal é: a) ficar incomodado; b) pesquisar qual é o tratamento; c) acalmar-se com o ciclo da doença, tratar-se, superar o problema. Pode ficar uma pequena cicatriz. De qualquer modo, é interessante saber as causas, e evitá-las no futuro, se possível.

Agora imagine que alguém, ao manifestar um furúnculo gigantesco, alimentado pelo acúmulo de toxinas no organismo, resolva se identificar com o abscesso, e ficar bravo com quem diz que ele está doente. Que diga: “isso não é um problema. O furúnculo é minha inteligência, minha força de vontade, minha beleza. Eu me orgulho de meu furúnculo. Na verdade, pensando bem, eu SOU meu furúnculo”. Evidentemente, para quem olha de fora, a pessoa tem um problema bem maior do que um furúnculo. Quanto mais elogiar e defender a bolha de pus, mais inquietação e desconfiança com sua saúde psíquica ela causará.

Tem um filme de 1989 que brinca com essa situação, chamado Como Fazer Carreira em Publicidade. No meio (com o perdão do spoiler), o publicitário descobre que o furúnculo que tem no pescoço é uma outra cabeça surgindo, que disputará o poder com a cabeça original. Não é por acaso que o universo do filme é a publicidade – onde a doença frequentemente é vendida como cura.

Eu fico espantado com a virulência que se manifesta às vezes contra o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que foi relator do processo do mensalão. Ele é acusado de ser parcial, injusto, egóico, autocrático. De estar a serviço dos inimigos do PT. Eu não tenho motivos para duvidar que Joaquim seja inclusive um homem de esquerda, como ele se diz, eleitor (ou ex-eleitor) de Lula e do PT. Tirante o gosto meio brega por Miami e Paris, claro.

Talve ele tenha se exaltado um pouco ao tentar demonstrar que havia sim um furúnculo – mas essa era condição inicial para curar o próprio PT. Ou que tenha agido como o menino que grita que “o rei está nu”, mas um menino com um porrete na mão, para enfatizar seu ponto. Na verdade, Joaquim só usou uma força proporcional ao crescente delírio (ou engodo) petista.

Joaquim não é inimigo – Joaquim só é inimigo do furúnculo. Já o meu inimigo é o José Dirceu, que: a) corrompeu; b) corrompeu com o meu dinheiro; c) pior, corrompeu dando o meu dinheiro para aqueles que deveriam ser exterminados antes de mais nada, os tiozões acajú fisiológicos estupradores. Os políticos oportunistas dos grotões (geográficos e psíquicos) que sintetizam tudo que o país tem de mais tacanho, atrasado, medievo-patriarcal. Tudo em nome, como sempre, da “governabilidade”.

Mas parte considerável do PT parece convencida de que é, sim, o furúnculo (ou publicitariamente convencido de que é melhor não chamar a doença pelo nome, e jogar a culpa no médico). E não aproveitar a última oportunidade de “refundação forçada”. Refundação foi o termo usado em 2005 por correntes mais lúcidas do PT diante das acusações do mensalão, que achavam adequado não varrer a sujeira para debaixo do tapete (ou chamar o furúnculo de chefe).

Essa corrente foi derrotada pelo pragmatismo publicitário. Um manifesto refundador da época alertava: “Os crimes cometidos, alguns confessados à opinião pública, viraram arma da direita contra todos nós, contra nossos eleitores”. Na verdade, vemos hoje, não só viraram “arma da direita”. Mais do que isso, a teimosia rancorosa do PT inventou uma nova direita, tão alucinada quanto alucinados são os furunculistas petistas, e a alimenta continuamente. Tudo por causa da recusa em chamar furúnculo... de furúnculo.

Não há nada tão (ridiculamente) simbólico quanto a trajetória do deputado federal André Vargas, que fez, na presença de Joaquim no Congresso Nacional, o gesto do punho fechado dos petistas presos – para depois se revelar um corrupto profissa. Joaquim Barbosa, o comuna dos comunas, é o benfeitor do PT. Pena que o PT não notou.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Youssef, André Vargas e a Delta


Deputado André Vargas (PT), Fernando Cavendish (Delta) e o doleiro Alberto Youssef (Preso)

A situação que a maioria dos políticos ligados ao PT está deixando o partido é no mínimo vexatória. Já há alguns anos os noticiários diários, mostram o nome de algum político ligado ao primeiro escalão do partido, envolvido em escândalos de lavagem de dinheiro, desvios, corrupção e ligações perigosas com bandidos conhecidos no país e fora dele. Nas últimas semanas o nome em questão foi o de André Vargas, deputado federal do PT que até onde mostram as investigações da Polícia Federal, está envolvido até o pescoço com os negócios ilícitos do doleiro Alberto Youssef. Diante estas investigações, aparece agora o nome de outra empresa, a Delta Construções do também conhecido Fernando Cavendish.

A princípio o que já se sabe, é que uma empresa do esquema de lavagem de dinheiro montado pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal durante a Operação Lavo-Jato, no mês passado, manteve negócios com a Delta Construções. Esta empresa planejava fazer prospecção de petróleo na Bacia de Santos por meio de uma offshore, também pertencente a Youssef, sediada em Hong Kong.

A Malga Engenharia foi constituída em 26 de dezembro de 2012, primeiramente em Arujá, na Região Metropolitana de São Paulo, e, depois, transferida para a periferia da capital paulista. O capital inicial da empresa era de R$ 900 mil e tinha como sócios Adriano Roberto e Carla Zorron Lopes, com divisão de cotas iguais.

André Vargas já está se utilizando da estratégia de Lula, Zé Dirceu, Zé Genuino e Gleisi Hoffmann, “eu não sabia de nada, ele é meu amigo há 20 anos, eu o conheço muito bem, mas não sabia que ele era investigado, muito menos que pudesse ser bandido”. O problema maior de Vargas, é que contra ele pesam provas de investigação Federal, gravações telefônicas e mensagens de e-mails. Vargas ameaça jogar a merda toda no ventilador, caso abandonado por seus amigos de partido. Ameaças que já foram feitas por todos os Petistas envolvidos em escândalos até hoje, e, diga-se de passagem, nenhum deles foi abandonado pelo PT até o presente momento.

Ou a direção nacional do PT ama de corpo, alma e coração seus representantes envolvidos em escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, ou tem mesmo medo do que possa sair da boca de muitos deles.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Patobranquense assume secretaria de Estado

Clecy Amadori assume o lugar de Edson Casagrande com a missão de dar continuidade a importantes projetos como Espaço Cidadão e Rede 399

Assessoria

O comando da Secretaria Estadual para Assuntos Estratégicos do Governo do Estado do Paraná estará, a partir desta sexta-feira, dia 4, sob a responsabilidade a jornalista e servidora pública estadual, Clecy Amadori. Natural de Pato Branco, a nova secretária é tida como uma mulher de decisões assertivas e focada na gestão de projetos. Ao lado do, agora, ex-secretário Edson Casagrande, Clecy colaborou de maneira significativa para a implantação de projetos como Espaço Cidadão, que leva salas de informática e cursos de capacitação e qualificação profissional para os municípios do Paraná, e da Rede 399, um programa que visa entregar sinal de internet via fibra ótica para os 399 municípios do estado com tarifas sociais e qualidade de conexão.

A nova secretária é formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Pós Graduada em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas e se destacou na carreira como servidora pública estadual comandando projetos como o Paraná em Ação. “Por acreditar que estes programas efetivamente fazem a diferença para a comunidade e para o desenvolvimento dos municípios paranaenses é que aceitei o desafio de dar continuidade aos trabalhos idealizados pelo Edson Casagrande. É um momento gratificante em minha carreira, mas também de muita reflexão e planejamento”, disse a nova secretária.

O ex-secretário, Edson Casagrande, disse que a indicação de Clecy, que ao longos dos três últimos anos ocupou o posto de diretora geral da SEAE, foi embasada na competência técnica. “É, com toda a certeza, o nome ideal para assumir os trabalhos. A Clecy esteve ao nosso lado batalhando pela implantação de cada Espaço Cidadão, de cada programa que desenvolvemos. Conhece como ninguém a rotina de trabalho e tem capacidade técnica e administrativa suficiente para conduzir com excelência os rumos da SEAE”, enalteceu o secretário.

 

Oh, dó, ironiza Requião sobre desgraça de Gleisi

Quem experimenta contínuos frouxos de riso nos últimos dias é o senador Roberto Requião, do PMDB. Sua ocupação preferida é acompanhar, com sarcasmo, a infindável série de denúncias de corrupção que atinge o vice-presidente da Câmara, André Vargas, do PT, e que faz estragos de monta na campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná.

Em seu Twitter, Requião faz observações como esta: “Eduardo Gaievski [ex-assessor pedófilo de Gleisi na Casa Civil] e André Vargas tombam no campo da batalha e deixam Barbie desamparada? Oh! Dó!”

Requião é pré-candidato a governador pelo PMDB e vê em Gleisi e o PT usurpadores de sua liderança à esquerda.

Quem acompanha o cenário político do Paraná, sabe por exemplo da briga feia entre Requião e Paulo Bernardo, atual esposo de Gleisi Hoffmann e ministro do governo do PT. Requião quando ainda brincava de governar o Paraná, acusou Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento, de exigir propina para liberar recursos para a Ferroeste.

Requião está ainda mais enlouquecido com a desgraça que ronda a loira candidata ao governo do Estado, e diz acreditar que vem mais chumbo grosso pela frente.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

André Vargas e o PT 2.0



Qualquer semelhança entre os gestos e dancinhas dos condenados José Dirceu (PT) e José Genuíno (PT), a ex deputada e hoje vereadora Angela Guadagnin (PT) e o deputado amigo do doleiro preso, André Vargas (também do PT), é mera coincidência?
Elio Gaspari

O comissário voou num jatinho de doleiro para um descanso porque, como se sabe, passagens estão caras

Quem não se lembra do deputado André Vargas (PT-PR)? Quando o ex-governador gaúcho Olívio Dutra sugeriu que o deputado José Genoino renunciasse ao mandato, o companheiro foi-lhe à jugular: "Quando ele passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho, teve a compreensão de todo mundo. (...) Ele está sendo pouco compreensivo. Ele já passou por muitos problemas, né?"

Falso. Olívio Dutra nunca assinou empréstimos fraudulentos, nunca foi acusado de envolvimento no caso do bicho e jamais foi condenado pela Justiça. Ao contrário, é uma das poucas lembranças da moralidade petista.

Quem não se lembra desse episódio talvez se recorde da cena em que o comissário Vargas, vice-presidente da Câmara, saudou seus companheiros com o punho cerrado, estando ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal. Parecia um Pantera Negra dos anos 60.

Vargas é um representante do PT 2.0. A repórter Andréia Sadi apanhou-o voando para as férias nas asas do doleiro Alberto Youssef, figurinha fácil de inquéritos policiais e poderoso intermediário na Petrobras.

Desde que os jatinhos tornaram-se símbolo de poder e conforto, hierarcas de todos os partidos recorrem a amigos para não voar com a patuleia.

Vargas, contudo, inovou na justificativa. Disse que cometeu uma "imprudência". Teria sido imprudência se tivesse entrado por engano no avião fretado pelo doleiro, depois de ter sido chamado para embarcar num voo comercial. Não foi imprudência, mas onipotência.

Novo argumento: pediu o jatinho a Youssef porque os voos comerciais estão muito caros. Certo. A escumalha que vai para a rodoviária por esse mesmo motivo merece o desconforto porque não tem doleiro amigo.

O melhor momento do companheiro deu-se quando revelou que conhece Youssef há mais de 20 anos, mas não sabia com quem estava se relacionando. Seria então a única pessoa que não sabe a atividade de um amigo com quem se relaciona há mais de 20 anos. Youssef fornece jatinhos para amigos poderosos desde 2001. Anos depois, frequentou o noticiário do escândalo do Banestado, passou pela cadeia, refrescou-se colaborando com o Ministério Público, mas não se livrou de uma condenação.

Numa troca de mensagens com Youssef (cuja atividade comercial Vargas desconhecia), o companheiro tratou de um interesse da empresa Labogen junto ao comissário Carlos Gadelha, do Ministério da Saúde. Por coincidência, essa pequena empresa teria sido usada pelo doleiro para remeter US$ 37 milhões ao exterior.

O deputado André Vargas (PT) é amigo há mais de 20 anos do doleiro preso, mas alega desconhecer as ações criminosas do seu grande amigo, que por sua vez está envolvido com o ex diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal, que por sua vez é amigo da senadora Gleisi Hoffmann que tenta impedir a CPI que irá investigar supostos crimes cometidos na estatal.
O amigo de André Vargas não é um doleiro petista, mas um operador suprapartidário. Já cedeu jatinhos para gente do PFL e tem relações no PP, pelo menos com o ex-deputado José Janene, um dos ases do mensalão. A presença de Youssef em negócios da Petrobras, cobrando pedágios a fornecedores, é um sinal de que mudou de patamar. Ele tratava com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, a quem presenteou com uma Range Rover. Há um enorme cheiro de outro velho escândalo no ar. Quando por nada, pelas coincidências. Em 2005 descobriu-se que outro fornecedor da Petrobras presenteara Silvio Pereira, secretário-geral do PT, com uma Land Rover. André Vargas nunca diria uma palavra contra Silvinho, pois sabe quão compreensivo ele foi.